Douglas Wires nasceu em 1971, é casado e mora atualmente no Rio de Janeiro, atuando no mercado de turismo desde 1995. Fluente em inglês, é emissor Amadeus e Sabre de passagens aéreas nacionais e internacionais. Trabalhou em empresas como: VARIG, OCEANAIR e CARLSON WAGONLIT, adquirindo sólidos conhecimentos e experiência em cálculos de tarifas aéreas, supervisão de reservas e negociação de serviços de viagens.

PERIGOS E PROBLEMAS EM VIAGENS COM CITY TOURS

Alguns city tours escondem problemas e perigos que devem ser considerados na hora da compra tanto por parte do viajante quanto do agente de viagens que está vendendo o serviço ao cliente para poder alertá-lo quanto aos cuidados necessários para se fazer uma compra segura. Os fatores que podemos destacar são:


1)TEMPO
O gerente de operações do parque de diversão tem o direito de fechar os passeios em caso de condições de mau-tempo que podem significar desde a fortes ventos, a chuva e relâmpagos. Se você escolher pela saída do parque, não haverá reembolso. Felizmente, existem muitas atrações cobertas para você passar o tempo enquanto aguarda os passeios serem reabertos.

Mau tempo pode também se tornar um problema de um city tour se a atividade a céu aberto não for reembolsável ou endossável para um outro city tour realizado em local coberto. Imagine um turista ser obrigado a visitar o Cristo Redentor durante um dia de chuva apenas porque o city tour que ele comprou não tem flexibilidade de troca por um outro que oferece um show com almoço numa churrascaria.

COMO TENTAR RESOLVÊ-LOS: perguntando ao agente de viagens qual a política do city tour em caso de mau-tempo.


2) LONGAS FILAS EM PARQUES DE DIVERSÕES E NOS TEATROS DA BROADWAY
Parques temáticos são reconhecidos por suas longas filas e pelo tempo de espera nelas. Após esperar na fila para comprar o bilhete de entrada no passeio, você também terá que esperar na fila para entrar no parque! Muitos parques não permitem a fila ser furada, guardar lugar para alguém, ou dar desculpas para sair da fila para ir ao banheiro ou comprar uma bebida e depois voltar para o mesmo lugar. A penalidade mais comum é uma advertência verbal e ser posto no fim da fila.


Entretanto, existe uma forma de esperar menos tempo nas filas. Alguns passes mais caros permitem que o frequentador do parque entre logo no começo da fila. Universal oferece o VIP tours que custa entre US$130,00 a US$3.000,00 para ir a qualquer passeio. Estes passeios ainda incluem um funcionário do parque que o acompanha em todas as entradas para explicar aos outros que estão na fila o porquê da fila está sendo "furada" e então evitar discussões desnecessárias.



COMO TENTAR RESOLVÊ-LOS: comprando bilhetes de entrada com antecedência para evitar longas filas na bilheteria. Empresas como a TICKETSNOW.COM, que oferecem esse serviço ainda disponibilizam a facilidade de entregar os bilhetes no hotel em que o cliente está hospedado.


3) PREÇO PARA CLIENTES QUE ESTÃO VIAJANDO COM ORÇAMENTOS APERTADOS
Devido a variedade de bilhetes de entrada disponíveis nos parques de diversões e tantos city tours em uma cidade, o conselho de um especialista em turismo torna-se muito útil para se gastar seu dinheiro na compra certa. Você pode às vezes pagar um alto preço por um city tour ou pela entrada em um parque, mas economizará seu tempo com outros pequenos detalhes que talvez não tenha percebido. Alguns conselhos e recomendações podem ser seguidos, como:
  • Não ir para um parque de diversões em um carro próprio ou alugado devido você não saber qual a hora que você vai sair do parque, mas você provavelmente tem alguma idéia do quanto você pagará por hora no estacionamento. É melhor ir de táxi ou de ônibus!
  • Reservar acomodação de hotel com apenas breakfast incluído na tarifa. Pense nisso: mesmo reservando um hotel com todas as refeições inclusas para pagar menos do que uma acomodação que inclui somente o café da manhã, você retornaria para o hotel apenas para comer e voltar para o parque de diversões de novo? Lembre-se que os passes não são reembolsáveis e uma vez que você sai do parque, você precisará comprar um novo passe. É mais válido pagar mais caro porque certamente você não terá a intenção de retornar ao hotel para almoçar e/ou jantar devido a grande variedade de fast foods e restaurantes nos parques ou ao longo do circuito do city tour.
  • Viajando em grupo. Os preços dos passes dos parques e dos city tours são cotados de acordo com o número de pessoas. Logo, uma pessoa paga mais do que duas. Três pessoas pagam mais do que 4, e assim por diante.
COMO TENTAR RESOLVÊ-LOS: conversando com um agente de viagens que tenha conhecimento em vendas de bilhetes de parques de diversões ou/e saiba qual é o melhor city tour entre vários outros para não gastar dinheiro desnecessariamente com um que o venha a decepcionar.


4) MAU-PLANEJAMENTO DE EXCURSÕES E EXPEDIÇÕES
Planejando uma expedição ao Everest, para a Antártida, ou uma excursão de carro com os amigos, por exemplo? Antes de fazer as reservas de hotel ou comprar o bilhete aéreo você deve tomar cuidado com os erros mais comuns cometidos por turistas despreparados:
  • Esquecimento das datas, dias da semana, ou meses que tais expedições são realizadas. Algumas envolvem cruzeiros (que possuem datas fixas de partida), outras, períodos da estação do ano para se poder realizar uma escalada em uma das geleiras da patagônia, por exemplo. O erro ocorre de duas formas: o turista compra o bilhete aéreo com as datas diferentes das datas da expedição, ou, compra o bilhete aéreo nas datas corretas e deixa para confirmar sua participação na expedição mais tarde, esquecendo-se que toda expedição tem um limite de pessoas e então descobre que o grupo está fechado e não há mais vagas para se integrar a ele. Em ambos os casos a perda de dinheiro é certa.
  • Não comprando guias de viagens ou não se informando com o seu agente de viagens quais são os aspéctos comuns da região visitada e os documentos necessários para se viajar.
  • Não se preparando fisicamente e adequadamente para fazer a excursão ou expedição. Sites de viagens que organizam esse tipo de turismo aventura ou ecoturismo, informam aos viajantes o que eles precisam levar: saco de dormir, cantil, lanterna, bússola, etc. Normalmente, eles põem até um check list para que nenhum item seja esquecido. A falta de atenção neste caso é o que leva ao erro junto com a falta de informação.

COMO TENTAR RESOLVÊ-LOS: pedindo informações sobre o lugar, costumes e hábitos para onde se pretende viajar.



5) LOCALIZAÇÃO
Alguns city tours são programados como atividades ao ar-livre. Eles incluem vistas panorâmicas ou reúnem uma grande quantidade de pessoas em um único lugar para assistirem um evento. Este é o caso do carnaval no Rio de Janeiro! Dependendo do lugar de onde você irá assistir o desfile das escolas de samba, o bilhete de carnaval será muito mais caro. A diferença entre ele e os passes dos parques de diversões, é que o bilhete de carnaval não exige a espera em longas filas, mas a obrigação de comprá-lo com bastante antecedência para garantir os melhores lugares e preços.

COMO TENTAR RESOLVÊ-LOS: Comprando bilhetes de entrada com antecedência para evitar preços altos.


6) INSEGURANÇA
Alguns carnavais de rua são sem segurança para turistas. O grande volume de pessoas se expremendo e se empurrando faz as coisas tornarem-se mais fáceis para ser roubado. Mesmo comprando um Abadá (tipo de bilhete identificado entre os membros por uma camisa personalizada com o nome do bloco) para curtir o carnaval de Salvador em um bloco privativo, você não estará seguro totalmente, exceto se for ficar em um camarote por onde o bloco passa. Localização é o outro ponto que deve ser levado em consideração ao se fazer uma reserva de hotel. Um bom agente de viagens que se preocupa com esse detalhe, reservará para o seu cliente um hotel em uma área segura da cidade, por exemplo: longe de favelas.

COMO TENTAR RESOLVÊ-LOS: não comprando city tours para to visitar lugares perigosos, ou eventos com grandes multidões, ou comprando city tours com um guia como acompanhante.


7) RISCO DE VIDA E DE SAÚDE
O risco de algumas atividades praticadas em ambiente externo pode tornar-se perigoso em alguns países onde é freqüente ocorrer desastres naturais ou a probabilidade da ocorrência destes desastres seja grande. Turistas aventureiros são as vítimas fatais ou acidentadas mais comuns porque eles escolhem as atividades mais perigosas sem estarem fisicamente preparados para praticá-las. Se eles nunca praticaram tal atividade anteriormente, por que eles vão praticá-las em um outro país? Isso não faz sentido! Principalmente sem seguro viagem.
  • CANYONING, HIKING & TREKKING: atividades sem a presença de um guia experiente podem se tornar arriscadas em ladeiras íngremes e áreas próximas a base das ladeiras ou canyons e canais ao longo de rios. Estas áreas são mais propensas ao desmoronamento de pedras e terra do que as outras, principalmente em dias chuvosos ou seguidos de seca, terremotos ou erupções vulcânicas.
  • EXCURSÕES EM DESERTOS: acarreta o risco de desidratação e também danos ao cérebro ou a outros órgãos vitais. O viajante está sujeito inclusive a um ataque cardíaco! Durante o calor extremo, os turistas idosos, crianças com idade de 0 a 4 anos, turistas obesos ou que sofram de doenças coronárias, mentais, de pressão alta, e usam tranqüilizantes ou drogas de uso controlado são as vítimas mais comuns porque possuem uma grande dificuldade em regular a temperatura de seus corpos devido o suor não evaporar tão rápido para liberar o calor absorvido rapidamente. Mesmo os mais jovens e saudáveis podem sucumbir ao calor extremo se eles participarem de atividades esportivas extremas durante os horários mais rígidos do calor no verão.
  • MERGULHO: o mergulho é uma atividade potencialmente perigosa sem o acompanhamento de um supervisor ou sem treinamento. Sua prática não é recomendável para mulheres grávidas e nunca se deve voar dentro de 24 horas antes e depois do mergulho. Certas condições como epilepsia, efisema e alguns problemas cardíacos são absolutamente contra-indicados para a prática do mergulho. A cada 10 metros de profundidade a pressão da água sobre o mergulhador aumenta gradativamente. O gás carbônico ocupa os espaços vazios nos pulmões, ouvidos e nos seios nasais que são os mais afetados pela mudança de pressão atmosférica. Se o mergulhador subir à superfície rápido demais, um número incontável de problemas de saúde poderão surgir como pneumotórax e bends. A doença da descompressão geralmente aparece dentro de poucas horas de mergulho mas pode demorar até 24 horas. Sintomas leves da doença de descompressão incluem dores nos joelhos, cotovelos e juntas, fadiga e descamação da pele (muito comuns no tronco). Os sintomas mais sérios podem afetar a coluna vertebral, o sistema nervoso e os pulmões que deverão ser tratados em caso de emergência médica.
  • ESCALADA EM MONTANHAS DE GELO & ESQUI: Estas atividades podem se tornar perigosas para turistas inexperientes que nunca tiveram contato com os esportes de inverno. O vento e o frio são as principais ameaças do frio. Quanto mais a velocidade do vento aumenta, maior é o volume de calor que ele retira do corpo, ocasionando então diminuição da temperatura. Quando existem ventos fortes, os problemas mais sérios relacionados com o frio tornam-se mais freqüentes, mesmo quando a temperatura não esteja tão baixa. Se uma pessoa fica resfriada, suada, ou submersa em água gelada, ela poderá sofrer de hipotermia (queda drástica da temperatura do corpo). Se o turista não estiver vestido adequadamente para proteger a temperatura do seu corpo, ele poderá sofrer uma redução da circulação sanguínea ocasionada pelo risco de congelamento (frostibite) que poderá levar a amputação de dedos, orelhas, queixo, nariz e bochechas.
  • MONTANHISMO, TRILHA E ESCALADAS: O turista poderá ser afetado pela doença da altitude. Existem 3 diferentes tipos de doenças: AMS (Mal da Montanha Agudo), edema cerebral e pulmonar ocasionado pela alta altitude, podendo os sintomas se sobreporem. Tais sintomas podem ser: dor de cabeça, fadiga, náusea, vômito, perda de apetite, tonteira, insônia, distúrbios de consciência e também hipotermia, desidratação e congelamento (frostibite).
  • EXPEDIÇÕES A VULCÕES: Representa uma ameaça real para viajantes que fazem excursões ao seu topo ou visitam cidades e vilas localizadas próximo a eles num raio de 20 milhas. As cinzas vulcâncias frescas, surgidas de rochas pulverizadas, podem ser duras, ácidas, de grão de areia, de cristal e mal-cheirosas. Tais cinzas podem prejudicar os pulmões de pessoas idosas, bebês e com problemas respiratórios.
COMO TENTAR RESOLVÊ-LOS: comprando seguro viagem para ficar coberto contra alguns city tours perigosos e seguir as recomendações de segurança dos guias.

Um comentário:

DOUGLAS WIRES disse...

Você já se perguntou por que os operadores receptivos não vendem city tours de vôo de asa delta?

Porque o Código Brasileiro de Defesa do Consumidor estipula no capítulo IV que a empresa que intermedia a venda de um serviço/produto e seu fornecedor são solidários quanto às falhas na execução do serviço. Ou seja, se o turista se acidentar (o que constitui falha no serviço), ambas as empresas envolvidas na venda e execução do serviço terão de indenizar ele ou a sua família. E não adianta vender seguro viagem porque seguro viagem algum não cobre risco de vida com esportes radicais.

É justamente para se protegerem contra processos de perdas e danos que as operadoras filtram seus fornecedores como medida de proibição e restrição para que seus funcionários não vendam qualquer produto indiscriminadamente e sem critérios tornando-as culpadas pelo serviço prestado em caso de falha.

Tamanha preocupação se deve também ao artigo 1521, inciso III do código civil : “São também responsáveis pela reparação civil: III – O patrão ou comitente, por seus funcionários, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir”. É por isso também que todas as empresas têm os seus regulamentos internos de procedimentos, e que por sinal, fazem parte do contrato de trabalho como um “guia” de minimização dos riscos pela operação do negócio.

Outro exemplo prático, agora com serviços aéreos, é o que ocorre quando o agente de viagem não direciona a venda com um dos fornecedores cadastrados da agência e emite um bilhete com uma cia aérea cuja qual ela não tem contrato. A emissão é feita intencionalmente sem ganhar comissão mas com a cobrança de uma taxa de serviço maior do que a comissão que seria repassada por um de seus fornecedores que possuem contrato com essa cia aérea.

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