Douglas Wires nasceu em 1971, é casado e mora atualmente no Rio de Janeiro, atuando no mercado de turismo desde 1995. Fluente em inglês, é emissor Amadeus e Sabre de passagens aéreas nacionais e internacionais. Trabalhou em empresas como: VARIG, OCEANAIR e CARLSON WAGONLIT, adquirindo sólidos conhecimentos e experiência em cálculos de tarifas aéreas, supervisão de reservas e negociação de serviços de viagens.

ARTIFÍCIOS PARA CALCULAR TARIFAS AÉREAS BARATAS

Aaplicação dos artifícios dependerá do seu conhecimento em emissão de passagens aéreas nacionais e internacionais. Se você não é emissor de passagens aéreas, pouco lhe será útil esses ensinamentos que são aplicados no mercado de turismo, mas um técnica é básica para qualquer vendedor: faça seu cliente ver valor no produto. Para isso, basta enviar um email com mais de 3 cotações de passagens aéreas. 

Por exemplo: se ele está pechinchando uma viagem em classe econômica, então cote tarifas com mais de 3 cias aéreas e informe na descrição da tarifa se o bilhete é reembolsável e qual o valor da taxa de reemissão. Dependendo da classe, cada cia aérea terá uma tarifa em classe econômica mais cara do que a outra, e assim, você induzirá seu cliente a ver valor nas opções das cotações ofertadas, induzindo-o a escolher uma cia aérea com voo de conexão com uma tarifa reembolsável, mas barata, do que escolher um voo direto, mais caro e com uma tarifa não reembolsável. 

I – USANDO ARTIFÍCIOS PARA CÁLCULO DE TARIFAS E CONSTRUÇÃO DE PNRs

Este será o seu maior diferencial em relação aos outros agentes de viagens com menos experiência e malícia do que você. Em cálculos tarifários não basta apenas ter conhecimento do GDS, tem que saber usar alguns dispositivos para tornar uma emissão correta dentro das regras contratuais.

ESTRATÉTGIAS DE COMO APLICAR AS REGRAS TARIFÁRIAS, O COMISSIONAMENTO E AS RESTRIÇÕES DO CONTRATO NOS CÁLCULOS TARIFÁRIOS PARA CONSEGUIR
TARIFAS BARATAS

CONSULTANDO AS REGRAS TARIFÁRIAS PARA SABER SE A ROTA DA CIA AÉREA PERMITE FREE STOPOVER NO PONTO DE CONEXÃO PARA O DESTINO DA VIAGEM

Em alguns casos essa possibilidade influencia o cliente na decisão da sua escolha em pagar um pouco mais ou não pela passagem entre duas cias aéreas com rotas diferentes. Por exemplo: se uma cia aérea tem free stopover em Miami e outra em Guarulhos, e o destino do PAX é o Rio de Janeiro, então ele poderá optar pela que oferece free stopover em São Paulo, caso ele tenha interesse em passar alguns dias nesta cidade e também por ser mais viável economicamente do que viajar com uma cia aérea que o cobrará pelo stopover em São Paulo podendo acarretar com isso um valor maior do que a outra cia aérea.

PROCURANDO ALTERNATIVAS DE VÔOS COM OUTRAS CIAS AÉREAS, MONTANDO VÔOS COM CONEXÕES  OU SAINDO DE OUTROS ARPTS PRÓXIMOS DA RESIDÊNCIA DO PAX
·         Caso não ache vaga nas menores classes promocionais, monte vôos com conexão alternativa, ou com vôos fretados, ou sugerindo ao PAX para usar suas milhas no trecho de conexão para vendê-lo o trecho internacional.

·         Se existem dois aeroportos próximos da residência do cliente (por exemplo, ele está em Angra dos Reis que fica há 3hs tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro) compare de qual aeroporto será a menor tarifa para oferecê-lo. Outro processo semelhante é conhecer quais e quantos aeroportos um Estado tem para oferecer ao viajante alternativas de viagens mais baratas. Exemplo: a Califórnia possui 11 aeroportos. Entre eles, LAX e SNA ficam muito próximos um do outro. Um TKT SNA/GRU/SNA é mais barato do que um TKT LAX/GRU/LAX. Para ter acesso aos mapas de localização dos aeroportos no mundo inteiro, você pode consultar este site: http://www.aircraft-charter-world.com/airports/northamerica/usa.htm
UTILIZANDO OS PROMOCODES PARA CONSEGUIR TARIFAS MENORES

PROMOCODES são códigos  de desconto que variam de 5% a 20% sobre a tarifa disponibilizada no site da cia aérea. Os promocodes são dados pelas cias aéreas para as agências aplicarem a todos os seus clientes. Outros promocodes são exclusivos de empresas privadas e públicas, cujo desconto é maior devido ao seu alto volume de uso dos serviços com tal cia aérea.

COMO FUNCIONA ESSE ARTIFÍCIO?
Ao invés das agências corporativas utilizarem seus próprios promocodes, elas utilizam os promocodes dessas empresas públicas ou privadas atendidas por ela. Mesmo que o PAX não seja funcionário da empresa ABC, por exemplo, a agência tarifa a reserva com esse promocode para conseguir uma tarifa menor do que se usasse o seu próprio promocode! O vídeo abaixo ilustra a utilização desses promocodes.

ATENÇÃO: o uso indevido de promocodes para emissão de TKTs para pessoas que não são funcionários de uma empresa não é recomendado pois tanto a cia aérea  quanto a própria empresa têm condições de rastrear essa utilização indevida, embora seja uma prática comum entre certas agências de viagens.

EMITINDO 2 TKTs AO INVÉS DE 1 TKT INTERNACIONAL COM TODOS OS TRECHOS INTERNOS DO PAÍS VISITADO
(SPLIT TICKETING)

EXEMPLO 1 Se o PAX for comprar, por exemplo, um bilhete no trecho MIA/GRU/MAO/SSA/FOR/GRU/MIA, com parada em cada uma dessas cidades no Brasil, emita dois bilhetes: 1 TKT internacional (MIA/GRU/MIA) com tarifa bulk + um airpass com o restante dos trechos. Esse procedimento é mais barato do que emitir um bilhete com todos os trechos. Além disso, a multa de reemissão do airpass é menor do que se você emitisse 1 TKT internacional com os trechos completos.

EXEMPLO 2 – A emissão com split ticketing não necessita basicamente do PAX está fazendo uma viagem com várias paradas conforme o exemplo 1. É comum, quando se reserva os vôos nas classes mais caras (como a classe executiva), encontrarmos um valor bem menor emitindo dois bilhetes do que apenas um bilhete de ida e volta. Por exemplo: em Agosto de 2006 o trecho MIA/GRU/MIA com a TAM custava US$ 6595.00. Se emitíssemos 2 bilhetes: um no trecho MIA/GRU por US$ 3274.50 e outro no trecho GRU/MIA  por US$  2520.50, teríamos o total de US$ 5795.00. Uma economia de US$ 800.00, e isso sem avaliar o valor da comissão ganhada em cada rota de aplicação dos bilhetes!

COMPARANDO AS TARIFAS DOS
AIRPASSES  COM  OUTRAS TARIFAS

Quando for vender passagens aéreas dentro de um ou mais países para estrangeiros, nunca venda, por exemplo, a tarifa publicada EZE/GRU/EZE. Esta tarifa poderá custar até US$ 100.00 a mais do valor de um Mercosur Airpass!

Airpasses não são vantajosos quando a viagem for para cidades vizinhas ou não muito distantes.

COMPARANDO TARIFAS COMISSIONÁVEIS COM TARIFAS NÃO COMISSIONÁVEIS

Atente-se para as comissões das tarifas publicadas nos contratos. Nem sempre uma tarifa bulk de US$ 700.00 é mais barata do que uma publicada de US$ 890.00, pois pode-se, de acordo com o contrato da agência, dar um desconto de até 20% sobre a publicada e ganhar ainda 9% de comissão na emissão de um trecho MIA/GRU/MIA.

Outro detalhe é que a tarifa mais barata pode ser não-reembolsável ao contrário da mais cara.

CONSTRUINDO AS TARIFAS DENTRO DA ÁREA DE APLICAÇÃO DO SEU CONTRATO

Evite montar viagens triangulares, tipo: DFW/GRU/MAD/SAN. Construções tarifárias deste tipo só geram um bom comissionamento e preço baixo se a sua agência tiver contrato tanto para vôos na área 1 quanto para vôos na área 2, e/ou se a regra tarifária permitir a combinação entre essas áreas para a emissão.

Para evitar a emissão de TKTs com viagens triangulares, supondo que sua agência não tenha contrato para a emissão de TKTs com viagens para a Europa, a melhor opção é emitir dois TKTs para  conseguir uma boa tarifa. Neste exemplo, deve-se:
·         Emitir um TKT com stopover em São Paulo e outro em Miami: DFW/GRU-/MIA-/SAN.

·         Emitir o segundo TKT no trecho MIA/MAD/MIA. Este segundo TKT vai ser a viagem de conexão do PAX para a Europa que se iniciará e terminará em Miami. Quando ele voltar à Miami, ele fará a continuação da sua viagem para San Diego que foi interrompida pelo stopover.

EMITINDO SEGMENTOS HK
COM SEGMENTOS GK

Só funciona para viagens round trip com status HK em um dos trechos combinado com outro segmento com status GK. O segmento GK não gera confirmação de embarque na lista de passageiros do aeroporto e da cia aérea.

Suponhamos que o seu PAX está comprando um TKT GIG/MIA/GIG. Porém, a volta já está lotada na menor classe promocional para poder então emitir o TKT dentro do limite máximo de permanência da regra tarifária.

O segmento GHOST (GK) possibilita isso. Você emite a ida que ele vai fazer com o segmento aéreo confirmado com HK e a volta, como ele não irá utilizar, você emite com os segmentos em GK. O código GK estará sendo utilizado neste caso como auxílio de tarifamento para a emissão de um trecho aéreo cuja classe promocional está fechada para a venda durante todo o período da permanência máxima da tarifa. No exemplo abaixo, a permanência máxima é de 30 dias.

1.DOUGLAS/WIRES
PN  667 W 01JAN  GIGMIA HK1 600A 730A
PN1101 W 28JAN  MIAGIG GK1 815A1043A

PERGUNTANDO AO CLIENTE QUANTAS MILHAS  ELE TEM PARA SE EMITIR UM TKT GRATUITO E COM ISSO DIMINUIR O VALOR DA TARIFA AÉREA



Os bilhetes de bônus de milhagem são emitidos pela cia aérea, portanto você tem que convencê-lo a gastar parte destas milhas com a cia aérea e comprar o trecho restante com a agência. Esta técnica sempre gerará split ticketing. Por exemplo:
·         Convença-o a comprar um bilhete na classe de upgrade para que ele possa viajar em todos os trechos na classe executiva ou 1a. classe.

·         Convença-o a usar suas milhas para emitir um bilhete de milhagem no trecho doméstico de conexão (exemplo: SEA/MIA/SEA), e venda para o PAX o trecho internacional (exemplo: MIA/BSB/MIA). Desta forma você conseguirá reduzir o valor da passagem caso ele viesse a comprar o trecho completo desde Seatle.

O importante nestes casos, é você “amarrar” o cliente a comprar contigo. A fazê-lo ter o comprometimento de efetuar a compra com a agência!


EMITINDO VÔOS ONE WAY  PARA FORMAR UMA ROUND TRIP
COM MAIS DE UMA
CIA AÉREA

Se a agência de viagens onde você trabalha tem contrato com várias cias aéreas low cost, muitas vezes é mais barato você emitir um trecho com a GOL Airlines de São Paulo para Recife e um outro trecho de Recife para Fernando de Noronha com a TRIP Airlines, do que você emitir um único TKT VARIG de São Paulo para Fernando de Noronha.
HIDDEN
CITY ROUTING

Esse artifício requer conhecimento de Exibição de Rotas que é exibida logo após o tarifamento no GDS. O TKT tem que ser de papel. Se for eletrônico, o trecho não utilizado tem que ser o último trecho do retorno.

Suponhamos então que o PAX queira comprar um TKT de ida de LGA para ORD e você encontre com uma cia aérea o valor de US$ 237.60. Se você fizer uma reserva transformando ORD em conexão para DFW, você perceberá que o valor cairá para US$ 181.20 porque ORD está na rota de LGA para DFW.

1.DOUGLAS/WIRES
PN  667 W 23NOV LGAORD 600A 730A
PN1101 W 23NOV ORDDFW 815A1043A

Conclusão: hidden city routing acontecerá no trecho ORD/DFW pois a intenção do PAX é desembarcar em ORD. Você só está lhe vendendo um trecho mais longo e com conexão devido o valor ser menor do que o trecho direto de LGA para ORD. O único cuidado que você tem que tomar ao usar esse artifício é de se lembrar em só aplicá-lo para vôos one way e lembrar o PAX que as bagagens transportadas no porão têm que ser desembarcadas em ORD, caso contrário elas serão despachadas para DFW.

BACKHAULING

Ao invés de viajar em uma direção contínua entre um ponto A e B, e deixar de tirar vantagem de uma tarifa mais baixa entre os pontos C e B, o passageiro primeiramente viaja para um ponto mais distante: do ponto A ao C e depois retorna do ponto C para o B. C seria o ponto de conexão e o passageiro desta forma conseguiria assim uma tarifa promocional de A a B com conexão em C muito mais barata do que voar direto de A a B. No exemplo abaixo, teríamos como backhauling a emissão do seguinte trecho aéreo considerando como destino da viagem do PAX o aeroporto de ORD:

1.DOUGLAS/WIRES
PN  668 W 23NOV LGADFW 700A 830A
PN1102 W 23NOV DFWORD 915A1043A

Conclusão: Backhauling utiliza o mesmo princípio de hidden city routing. A diferença entre os dois é que em backhauling ticketing todos os segmentos aéreos são voados pelo PAX, enquanto que em hidden city routing o PAX desembarca na conexão!

CROSS-BORDER TICKETING
ou
ARBITRAGE EFFECT

Trata-se de tirar vantagem na emissão de tarifas promocionais com taxas aeroportuárias mais baixas ou taxas de câmbio menores de outros países levando em conta o ponto de emissão. São dois os fatores para se usar esse artifício:
1) Onde o TKT é emitido ou comprado.
2) Se a viagem é de um ponto A para um ponto B, ou vice-versa.

Exemplo: suponhamos que sua agência tenha um escritório em Miami e outro em Salvador, e todos os dois escritórios são autorizados a emitir TKT devido cada um ter seu próprio número IATA. Se o PAX está em Miami para comprar um TKT  GRU/SSA/GRU que é mais barato se a emissão for feita no Brasil, então temos o que chamamos de cross-border ticketing: ele paga o bilhete nos Estados Unidos e a emissão é feita no Brasil.

BACK-TO-BACK TICKETING COM CUPONS USADOS FORA DE SEQUÊNCIA
ou
NESTED/OVERLAPPING TICKETS COM CUPONS USADOS FORA DE SEQUÊNCIA

Suponhamos que o seu passageiro deseja viajar de SFO-JFK no dia 1 de Novembro, e retornar no dia 6 de Novembro. Ele deseja fazer a mesma viagem na próxima semana: SFO-JFK no dia 14 de Novembro e retornar no dia 18 de Novembro. Novamente, o valor de cada passagem será de US$ 2000.00 devido o período de permanência ser inferior a 9 dias. Se o passageiro cumprisse a regra de permanência mínima do bilhete, a tarifa seria US$ 400.00, ida e volta. Para garantir a venda, o agente de viagens emite 2 bilhetes de papel...

BILHETE 1
01NOV SFOJFK 750A 410P (CUPOM A)
18NOV JFKSFO 500P 821P (CUPOM B)

BILHETE 2
06NOV JFKSFO 750A 410P (CUPOM C)
14NOV SFOJFK 500P 821P (CUPOM D)

... e antes de entregá-los, ele inverte a seqüência dos cupons na seguinte ordem para o passageiro viajar: {A & C, D & B}. Note que o passageiro economizou nesta compra US$ 2400.00 e garantiu a sua viagem com um período mínimo de permanência inferior ao da regra do bilhete.

Este artifício é válido tanto para bilhetes de papel quanto para bilhetes eletrônicos.

EMITINDO
CUPONS FALSOS
(FICTITIOUS POINT PRINCIPLE)

Não há outra opção de conseguir uma tarifa promocional se emitir apenas um TKT one way do Brasil para os USA. Por exemplo: o PAX está viajando para ficar nos USA, mas compra um TKT de ida e volta, porém ele perde o retorno por não ser reembolsável, ou, se sua agência tiver contrato para emitir bilhetes dos USA para o Brasil, faça o contrário: emita um TKT de papel MIA/GRU/MIA, cancele a ida para ele não perder o bilhete por no show. Resultado: ele fará a viagem comprando uma passagem que é quase a metade do valor de um TKT GRU/MIA.

Entretanto, o perigo  de se aplicar esse último método (fake ticket no trecho de ida) é a necessidade do PAX ter dupla cidadania ou Green Card, porque desta forma ele não precisará apresentar à alfândega o cupom de retorno.

Da mesma forma que a emissão do Mercosur Airpass não admite apenas 1 cupom, muitas vezes para fazer com que o TKT esteja dentro das regras contratuais, é necessário também emitir um cupom falso para que a emissão esteja de acordo com as restrições contratuais.

Desde Janeiro de 2008, os bilhetes de papéis deixaram de existir. Isso dificutou muito a aplicação deste artifício. Mesmo assim, um método mais arriscado pode ser obtido emitindo a ida com GK  e a volta com HK. Como GK não gera confirmação de embarque pela cia aérea, mesmo cancelando a ida, a volta confirmada com segmento HK no bilhete eletrônico não será cancelada por no show.

Ao aplicar esse artifício preste atenção quanto ao tipo de TKT:
·         Se for paper ticket, o cupom falso (aquele que não será voado pelo PAX) poderá ser o primeiro cupom ou o último.

·         Se for eletronic ticket, o cupom falso só poderá ser o último cupom. Caso seja o primeiro, mesmo cancelando o vôo no PNR, o segmento aéreo no cupom do E-TKT continuará ativo acarretando no cancelamento dos outros trechos aéreos no PNR.

EMITINDO AIRPASSES COM
CUPONS FALSOS E INDUZINDO O PAX A PENSAR QUE ELE ESTÁ COMPRANDO
UM TIPO DE AIRPASS, QUANDO NA VERDADE É OUTRO

Um dos erros mais comuns no turismo, é o agente de viagens fazer aquilo que está sendo pedido pelo PAX. Se ele pedir uma reserva de acordo com os trechos abaixo…

1.WIRES/DOUGLAS
2  TR2374 W 01AUG GRUFOR           1055A 205P
3  TR3471 W 08AUG  FORBSB             250P 515P
4  TR3598 W 08AUG  BSBCGB            822P 852P
5  TR3741 W 28AUG  CGBCGH          1135A 310P

…o agente de viagens não lhe venderá um Brazil Airpass porque o número de dias da viagem ultrapassa o máximo de 21 dias permitidos. Porém, se o agente tiver conhecimento do Mercosur Airpass, ele poderá garantir ao PAX a venda desse produto sem ele nunca ter viajado para um dos países do Mercosul. O artifício funciona da seguinte forma. Sem o PAX ficar sabendo, você emite um Mercosur Airpass com todos os vôos que o PAX vai fazer  +  um trecho falso (GRUEZE).

1.WIRES/DOUGLAS
2  TR2374 W 01AUG GRUFOR           1055A 205P
3  TR3471 W 08AUG  FORBSB             250P 515P
4  TR3598 W 08AUG  BSBCGB            822P 852P
5  TR3741 W 28AUG  CGBCGH          1135A 310P
6  TR8004 W 28AUG  GRUEZE            650P 935P  è trecho falso

De acordo com a regra do Mercosur airpass de 2004, a permanência máxima é de 30 dias podendo fazer 2 stopovers dentro de cada país. Por isso esse artifício só funciona se o PAX estiver fazendo no máximo 2 stopovers no Brasil. Neste exemplo, o PAX tem 1 stopover em FOR e outro stopover em CGB. CGH, no dia 28AUG não é stopover, mas passará a ser a partir do momento que for cancelado o trecho GRUEZE após a emissão.

Resultado: o PAX pensará que está comprando um Brazil Airpass, quando na verdade você está lhe vendendo um Mercosur Airpass com fake ticket no último trecho. Caso ele venha a cotar com outra agência essa mesma reserva, das duas uma: ou a agência erra, emitindo um Brazil Airpass com mais de 21 dias, ou dará uma tarifa publicada maior do que o valor deste Mercosur Airpass que custa US$ 530.00.

BILHETANDO “FRIO”!

Justamente por saber que é difícil conseguir waivers para emitir bilhetes com tarifas vencidas, é que se bilheta “frio” para “segurar” a tarifa e não ter a reserva cancelada por prazo expirado enquanto aguarda-se a decisão de compra do cliente.

Bilhetar “frio” pode ser uma solução para segurar os vôos de uma reserva de airpass enquanto se aguarda a compra. Isso porque, as emissões de airpasses são todas com as máscaras dos bilhetes construídas manualmente, o que viabiliza a emissão do bilhete verdadeiro com o prazo (LD: Last Day) de emissão vencido e até mesmo com as classes do vôo já lotadas.

COMPRANDO MILHAS
DE UM FREQUENT FLYER

Esta é uma das explicações porque as outras agências conseguem tarifas bem menores em todas as classes do vôo.

O artifício é o seguinte: certos programas de milhagem permitem que o frequent flyer retire o prêmio do bilhete gratuito ou de upgrade para qualquer pessoa indicada por ele. O que você precisa fazer é encontrar quem entre os seus clientes antigos estaria disposto a  solicitar um TKT  prêmio para um viajante que você está vendendo uma passagem, e em troca reembolsá-lo em dinheiro parte desta venda que este viajante lhe pagou.

Este artifício é também utilizado  pelo próprio dono da agência que usa suas milhas para transformá-las em passagens vendidas para os seus clientes. Dessa forma, o PAX paga por uma passagem de milhas (sem saber) cujo valor é convertido em lucro real para a agência.

CONHECENDO AS ENTRADAS DO GDS QUE FACILITAM O CÁLCULO DE TARIFAS

Parece absurdo, mas existem tarifas super promocionais cujo desconto do infant  não é aplicado. Isto é, a tarifa no bilhete dele é a mesma do adulto. Neste caso, a solução seria emitir o TKT na classe superior, que permite o desconto do infant, porém com agravante de ter também de reservar o adulto nesta tarifa mais cara, o que encareceria os custos da viagem e comprometeria a venda. A dificuldade aumenta porque não é possível emitir o TKT do infant separadamente.

Suponhamos que você esteja vendendo uma passagem de ida para um adulto, uma criança e um infant, e encontre duas tarifas promocionais na Exibição de Tarifas do GDS:
1) DMIANET:  valor com taxas US$ 400.00
2) WLWNTG:  valor com taxas para adulto US$ 600.00
WLWNTGC: valor com taxas para criança US$ 450.00
WLWNTGI:  valor com taxas para infant US$ 60.00

Note que na tarifa DMIANET, o valor é o mesmo para todos os passageiros devido essa tarifa não ter desconto para crianças e nem para infants. Somente a tarifa superior oferece tal desconto. Logo, o valor que um agente de viagens inexperiente poderá oferecer para o cliente poderá ser:
·         OPÇÃO 1 – US$ 1200.00 (400.00 X 3)
·         OPÇÃO 2 – US$ 1110.00 (600.00 + 450.00 + 60.00)
·         OPÇÃO 3 – US$ 1060.00 (400.00 + 600.00 + 60.00)

Dependendo da forma que se constrói a reserva, um expert oferecerá o valor de US$ 910.00 ao cliente. Ele fará  duas reservas: uma para o adulto na tarifa DMIANET, e outra para a criança e o infant na tarifa WLWNTGC e WLWNTGI, associando o nome do infant ao nome da criança da seguinte forma no sistema Amadeus: 1.WIRES/DOUGLAS(ID20JAN01)(INF/LUCAS)

ID20JAN01 é a data de nascimento da criança que tem 4 anos. Note que o  erro do agente inexperiente foi não saber como associar o nome do infant ao nome da criança exibido no PNR devido o código CHD não aceitar esta associação.

VENDENDO BILHETE
AD e ID
PARA CLIENTES

É comum muitas agências de viagens não darem a seus funcionários passagens aéreas para eles viajarem nas férias porque tais agências utilizam esses bilhetes gratuitos que seus funcionários teriam direito para criar campanhas promocionais com preços abaixo do mercado. Este artifício de vender bilhetes ADs como se fossem bilhetes comuns, explica por que muitas vezes vemos tarifas baixíssimas anunciadas na mídia e que não encontramos na disponibilidade de tarifas do GDS.

Quanto aos  bilhetes IDs, o que certas agências de viagens fazem, é contactar funcionários de cias aéreas interessados em ser remunerados com a venda de passagens aéreas cujas quais eles têm direito, dentro de uma quota permitida por ano, e que se perderia caso não fosse utilizada.

EMITINDO UM TKT UTILIZANDO O MCO COMO FORMA DE PAGAMENTO

Muitos agentes de viagens não sabem, mas pode-se emitir um TKT usando duas formas de pagamento: cartão + MCO.

O MCO é como se fosse um cheque emitido pela cia aérea para indenizar o cliente por um problema de viagem que ele teve: bagagem roubada, atraso de vôo, perda de conexão, etc. As cias aéreas emitem MCOs para seus passageiros utilizarem como forma de complemento de uma tarifa aérea no momento da emissão de um novo bilhete aéreo.

A partir disso, as agências de viagens podem também usar o mesmo procedimento utilizando um MCO de uma cia aérea para emitir um TKT da mesma cia aérea que está nesse MCO. Isto é, não se pode emitir um TKT UA utilizando como forma de pagamento um MCO da AA.

Outro cuidado que deve ser tomado é quanto a validade do MCO. Geralmente é de 1 ano. Quanto aos MCOs eletrônicos, é necessário checar com a cia aérea se ele está válido ou ativo para se proteger contra fraudes.

Antes de emitir um TKT utilizando o MCO que foi entregado pelo cliente, deve-se checar se o nome que está imprimido nele é o mesmo nome do passageiro. É possível, que a cia aérea autorize a emissão de um TKT com um nome diferente do que está imprimido no MCO.

Após emitido o TKT, o MCO utilizado como parte do pagamento deve ser encaminhado ao BSP ou ao departamento de contabilidade da cia aérea para o processamento final do report de vendas.



II – SENDO CAUTELOSO AO APLICAR O COMANDO DE TARIFAMENTO AUTOMÁTICO

EXEMPLO DE ENTRADAS DE AUTOTARIFAMENTO SEM  PNR:
Transmissão de entrada para consulta de tarifa em Dólar na classe econômica para uma criança.
  • No Amadeus:FXC GIG/D12SEPMIA/RCH,FC-USD
  • No Sabre:JR.GIG‡MUSD/S-OYMIA12SEP/P-1C09
EXEMPLO DE ENTRADAS DE AUTOTARIFAMENTO COM  PNR:
  • No Amadeus....... FXB
  • No Sabre............. WPNCB

Alguns cuidados que se deve tomar quanto ao auto-tarifamento com e sem PNR:
  • O auto-tarifamento pode induzir ao erro, pois calcula a tarifa do PNR mesmo quando há restrições no contrato, como Saturday overnight.
  • O auto-tarifamento não exibe tarifas promocionais com vôos cujo tempo mínimo de conexão é insuficiente.
  • O auto-tarifamento não te informa se você reservou a última vaga da classe do vôo, prejudicando-o desta forma no caso de negociar com o cliente um percentual de desconto na tarifa publicada ou a aplicação de um markup maior na tarifa de consolidador. 
  • O auto-tarifamento busca sempre a menor tarifa. Por exemplo: a comissão da menor tarifa é de 5% e a comissão da segunda menor tarifa é de 25%. Se ambas as classes estiverem abertas e a diferença entre as duas menores tarifas for de apenas US$ 100.00 (o valor neto de uma tarifa é US$ 500.00 e o valor da outra é US$ 600.00), evidentemente, a venda de um bilhete na tarifa mais cara será a mais viável tanto para o PAX quanto para a agência, que ganhará mais comissão e ainda poderá dar um desconto para o cliente. Porém, o auto-tarifamento já reserva os vôos nas classes da tarifa mais barata, e isso deve ser evitado consultando a disponibilidade de vôos para vende-los na segunda menor tarifa promocional. 

COMPARAÇÃO DAS FACILIDADES DE COMANDOS DISPONIBILIZADAS
PELO GDS
TIPO DE ANÁLISE
REGRA TARIFÁRIA
EXIBIÇÃO DE TARIFAS
AUTO-TARIFAMENTO
EXIBE INFORMAÇÃO DE PARÁGRAFOS DA REGRA TARIFÁRIA?
Sim.

Exibe parcialmente algumas informações, mas a integri-dade das regras de uma tarifa só é acessada após ser trans-mitido uma segunda entrada.

Não. Porém, pode-se acessar a regra tarifária aplicando-se uma segunda entrada.
QUAL A FACILIDADE DESTES COMANDOS PARA A BUSCA DE TARIFAS BARATAS?

1) Os parágrafos BO e SE,  exibem o período de aplicação da tarifa. Isso pode ser útil para você saber direcionar o PAX na escolha das melhores datas da viagem com um preço menor e dentro da regra.

2) O parágrafo Other Discounts (OD) pode informar sobre descontos para idosos, companion fares e outros.

Exibe todas as tarifas detalhando muito bem o período de aplicação de cada uma não levando em conta a disponibilidade de vagas nas classes do vôo.
Gera a máscara do bilhete no PNR e a menor tarifa disponível para a reserva no período de datas solicitado.
Se outras tarifas promocionais e reembolsáveis estiverem disponíveis para a venda, não há como saber, exceto se consultar a disponibilidade de vôos.
QUANDO DEVEM SER USADOS?

Sempre! Mas quando se trabalha em call center fica difícil devido o atendimento ficar mais demorado. Todavia, para se fazer uma rápida consulta com segurança, pode-se consultar os parágrafos: CO, FL, TF, RU após acessar a disponibilidade de tarifas.

Quando for (re)emitir um bilhete e desejar saber qual é o prazo para a emissão exibido ao lado do Indicador de Restrição de Datas. A Exibição de Tarifas não o induz as falhas que o tarifamento automático deixa passar.

Tanto a Exibição de Tarifas, quanto o tarifamento automático são confiáveis quanto a exibição e o tarifamento de PNRs dentro das regras tarifárias dos parágrafos: AP, MN, MX, SO. Entretanto, o tarifamento automático, é mais usado quando se está procurando preço.

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