Douglas Wires nasceu em 1971, é casado e mora atualmente no Rio de Janeiro, atuando no mercado de turismo desde 1995. Fluente em inglês, é emissor Amadeus e Sabre de passagens aéreas nacionais e internacionais. Trabalhou em empresas como: VARIG, OCEANAIR e CARLSON WAGONLIT, adquirindo sólidos conhecimentos e experiência em cálculos de tarifas aéreas, supervisão de reservas e negociação de serviços de viagens.
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FALHA EM SOFTWARE QUASE DERRUBA AVIÃO DA QANTAS
Em 7 de outubro de 2008, um Airbus A330 da companhia australiana Qantas fez dois
mergulhos violentos em direção ao chão. A perícia dos pilotos – que desligaram o
computador de bordo enlouquecido e pousaram o avião manualmente – salvou as 303
pessoas a bordo. Mas a montanha-russa aérea deixou um saldo de 110 pessoas
feridas. Entre elas, 12 tiveram ferimentos graves e precisaram ser
hospitalizadas.
Agora, as autoridades australianas liberaram o relatório final da
investigação sobre o acidente. Entre outras conclusões, está a de que uma
limitação no software foi a principal causa do comportamento suicida do
computador de bordo. Mas os australianos também mandam um puxão de orelha para
os passageiros. Mais de 60 deles estavam sem o cinto de segurança – e foram os
que mais se machucaram. Esse fato deixa claro que vale a pena manter o cinto
afivelado sempre que possível durante o voo.
AS FALHAS
O Airbus tinha, a bordo, três equipamentos conhecidos como ADIRU (air data
inertial reference unit). Eles processam dados como altitude, velocidade do ar e
posição da aeronave, que são captados por sensores. Esses dados são transmitidos
ao computador de bordo e usados como base para o controle automático do voo.
O relatório da Agência Australiana de Segurança dos Transportes (ATSB) diz
que a primeira da sequência de falhas que causaram o acidente aconteceu em um
dos três ADIRUs. Ele começou a enviar dados incorretos ao sistema de controle.
Isso não deveria ser um problema grave, já que o avião pode voar normalmente com
apenas dois dos ADIRUs.
Em qualquer situação, computador compara os dados recebidos dessas unidades.
Quando há alguma inconsistência entre eles, a máquina leva em consideração as
informações recebidas até 1,2 segundo antes. Mas, aparentemente, ninguém previu
um procedimento para o caso de dois ADIRUs mandarem dados intermitentes ao
computador com intervalos de mais de 1,2 segundo. Foi o que provocou o acidente
com o avião da Qantas.
Os passageiros daquele voo realmente tiveram azar. A ATSB diz que essa foi a
única vez em que uma falha do computador de bordo assim foi registrada em 28
milhões de horas de voo dos Airbus A330 e A340. Outro evento extremamente raro é
a falha do ADIRU. Isso só aconteceu três vezes em 128 milhões de horas de voo
com aquele modelo específico de equipamento.
ATUALIZAÇÃO DO SOFTWARE
A agência australiana também diz que, pouco tempo depois do acidente, o
fabricante dos equipamentos liberou uma atualização de software que impede que
esse problema volte a acontecer. Tem sido assim com muitos acidentes aéreos.
Cada vez que um deles é investigado, as conclusões servem de base a
aperfeiçoamentos que melhoram a segurança.
Marcadores: TECNOLOGIA
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