Douglas Wires nasceu em 1971, é casado e mora atualmente no Rio de Janeiro, atuando no mercado de turismo desde 1995. Fluente em inglês, é emissor Amadeus e Sabre de passagens aéreas nacionais e internacionais. Trabalhou em empresas como: VARIG, OCEANAIR e CARLSON WAGONLIT, adquirindo sólidos conhecimentos e experiência em cálculos de tarifas aéreas, supervisão de reservas e negociação de serviços de viagens.

CIAS AÉREAS REDUZEM TAMANHO DAS POLTRONAS PARA AUMENTAR O NÚMERO DE PASSAGEIROS A BORDO

Aimpressão dos passageiros da classe econômica de que é cada vez menor o espaço para acomodar os joelhos ao sentar na poltrona nada tem de ilusória. Desde o início dos anos 80, as companhias aéreas diminuíram em 7,6 centímetros, em média, a distância entre o encosto de um assento e as costas do assento à frente. Fizeram isso para acomodar mais poltronas nas cabines, a fim de enfrentar um aumento do tráfego aéreo global da ordem de 260% entre 1980 e 2011.

A mais recente medida das empresas aéreas para ampliar a quantidade de assentos nos aviões é substituir as poltronas convencionais por um modelo menor, mais fino e mais leve. As novas poltronas utilizam menos metal e mais fibra de carbono, o que torna sua estrutura mais maleável.

Dessa forma, o assento e o encosto não necessitam de uma camada tão grossa de acolchoamento, o que reduz a quantidade de espuma utilizada sem aumentar o desconforto do passageiro. Ao contrário, com a lateral do encosto mais estreita, ele ganha 4 centímetros de espaço para as pernas.


Para as companhias aéreas, as novas poltronas representam a possibilidade de instalar mais duas dezenas de assentos nos modelos de aeronaves mais utilizados em voos de curta e média distância, como o Boeing 737. Elas também são 30% mais leves do que as poltronas convencionais, o que resulta em economia de combustível. A Lufthansa já instalou 2 000 poltronas adicionais em 168 aeronaves Airbus A320. Seria preciso comprar doze aparelhos novos para obter igual aumento na oferta de assentos nos aviões que já possuía.

A mudança para as poltronas de carbono é feita principalmente pelas companhias aéreas de baixo custo. Disse a VEJA Mark Hiller, CEO da alemã Recaro, fabricante que já vendeu mais de 150 000 poltronas do novo modelo a uma dezena de companhias aéreas europeias, americanas e asiáticas: “Uma pesquisa com os passageiros mostrou que a maioria prefere as novas poltronas, pois elas são ergonômicas e oferecem mais espaço para as pernas”
  
A americana Southwest está fazendo a substituição em toda a sua frota de Boeings 737. A companhia calcula que, com a inclusão de uma nova fileira de poltronas em cada avião, sua receita anual poderá crescer 200 milhões de dólares. A Qatar e a United também têm projetos de substituição.
  
No Brasil, a Gol receberá o primeiro aparelho equipado com as novas poltronas no mês que vem. É bom lembrar que poltronas com mais espaço para as pernas não se traduzem necessariamente em maior comodidade para os passageiros. Um avião mais cheio significa mais filas para entrar e sair e também para utilizar o banheiro. Além disso, um número maior de passageiros resulta em mais disputa pelos compartimentos de bagagem de mão, já que esses continuam com o mesmo espaço de sempre.

O dilema atual das cias aéreas é: mais espaço entre as poltronas (o que diminui o número de assentos) X mais poltronas e menos espaço. Será que a ANAC vai conseguir influenciar as cias aéreas com essa medida abaixo? 


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