- O emissor não terá vontade de vender (mesmo que seja uma conta corporativa) e consequentemente não se empenhará em forçar uma venda ao cliente. Exemplo disso, é uma situação de um cliente ligando para a agência pedindo uma reserva de hotel para aquele momento. Se o pagamento for com cartão de crédito EBTA, o emissor poderá dizer ao cliente que todos os hotéis no centro da cidade estão com vagas e qualquer um que ele chegar para se hospedar ele conseguirá efetuar o pagamento na hora. Outro exemplo, é direcionar a venda sempre para a tarifa mais barata, o que diminui o lucro da agência nos serviços de viagem com tarifa comissionada.
- Nas reemissões de passagens das cias aéreas não-IATA (GOL, AZUL, TRIP, etc), se a fatura ainda não foi fechada, o emissor abre o processo de emissão do bilhete original no back office da agência e insere dentro dele o valor total da reemissão (taxa de remissão + diferença de tarifa). A vantagem desse processo é que o emissor não perderá tempo em ter que fazer o lançamento manual da reemissão uma vez que essas cias aéreas não tem numeração de bilhete. Consequentemente, a agência perde a receita da taxa de serviço cobrada do cliente pela alteração da data ou do vôo. Nesse caso, se a agência pagasse comissão por produtividade, tipo... R$ 1 por cada bilhete lançado e contado a partir de 200 bilhetes já emitidos, a agência conseguiria dessa forma aumentar o seu lucro. É muito mais rentável perder R$ 1 de uma taxa de serviço do que ganhar nada por uma alteração de viagem.
- Nas revalidações de bilhetes IATA (TAM, AA, UA, etc). Não há lógica para um emissor cobrar taxa de reemissão de um cliente e depois perder tempo em fazer o lançamento do número desse TKT no back office da agência se ele pode revalidá-lo sem custos e sem precisar gerar uma fatura de taxa de serviço! A única coisa que o convenceria a reemitir um TKT e cobrar a taxa de reemissão do cliente para gerar receita de taxa de serviço para a agência seria se essa o remunerasse com comissão por produtividade de bilhetes contabilizados.
- O emissor pode fazer para o cliente serviços de cortesia baseado na amizade que fez ao longo dos atendimentos. Esses serviços gratuitos do emissor para o cliente fogem do alcance da agência, uma vez que é ele quem está com o controle da situação, que pode ser: executar um processo de visto para DUBAI, fazer reserva de um hotel (cujo qual a agência não tem cadastro ou operador) via sites da BOOKING.COM que trabalha com bloqueios de hotéis, emitir passagens aéreas em sites de cias aéreas cujas quais a agência não tem contrato. A única forma da agência transformar esse relacionamento de amizade com o cliente num relacionamento comercial seria o pagamento de comissão, e se não há, o funcionário também não vai se esforçar em trazer uma venda para a empresa uma vez que ele pode resolver algo facilmente e rapidamente pela internet do que dentro dos trâmites burocráticos da sua empresa.
- O emissor pode direcionar o cliente a efetivar a compra de um city tour diretamente no hotel argumentando que é mais barato do que se fosse vendido pela agência. Comportamento típico de vendedores que percebem que a empresa onde trabalham visa mais a emissão de passagens aéreas e hospedagens do que serviços secundários, que tomam tempo, impactando vendas do principal produto da empresa cujo qual tem-se um maior controle de administração.
- Segmentando a cadeia de serviços. As maiores agências ainda estruturam-se em departamentos: de hotel, de aéreo nacional, de aéreo internacional, de eventos e de grupos. O erro aqui está na parte de vendas. Quando uma agência se estrutura dessa maneira, ela restringe seus funcionários a só saberem fazer aquilo que é feito naquele departamento. Ou seja, não cria vendedores aptos a verem vendas em toda oportunidade de atendimento que fizerem como uma cotação de apartamentos que do nada pode se tornar num evento, ou como negociar a locação de uma sala de reunião para um cliente que fez uma reserva de hotel com a agência. E aí, como o agente não sabe como efetivar essa venda, porque parte dela depende da intervenção do departamento financeiro da agência para fazer o depósito antecipado do bloqueio dos quartos ou da sala de reunião, ele se embaraça no atendimento, atrasa o seu serviço, podendo ainda abrir mão da venda, dizendo ao cliente que isso pode ser resolvido diretamente com o departamento de reserva do hotel. Algo que não aconteceria se fosse comissionado dado o fato desse tipo de remuneração estimular os funcionários de uma empresa a quererem conhecer o funcionamento de toda a estrutura da agência.
- Inexperiência do funcionário, que lhe trará problemas e prejuízos com o cliente, diminuindo assim o tempo de fidelização. Detalhe: contratar candidatos por indicação de funcionários não é garantia de uma boa seleção. Para isso, faça testes práticos com ele para avaliar o seu nível de conhecimento.
- Contratação errada do perfil de funcionário. Pessoas que fazem faculdade não têm compromisso em ficar depois do horário de trabalho para finalizar as pendências de serviço da agência, e quando ficam, exigem o pagamento de hora-extra, coisa que agência alguma gosta de pagar.
- Processos trabalhistas. São uma consequência do perfil errado de pessoa contratada e também da má conduta da agência com seus funcionários. Se uma agência contrata um funcionário que mostra-se parceiro da empresa e comprometido com ela, a probabilidade desse funcionário processá-la é praticamente 0% devido ao seu caráter.
- Deixando o RH da agência selecionar o candidato. Mesmo que o RH seja terceirizado, ainda comete-se o erro de não ter um profissional da empresa presente no momento da seleção para avaliar o conhecimento técnico do candidato. É necessário fazer no mínimo duas avaliações: a primeira de conhecimento prático avaliada por um funcionário da área da empresa onde esse funcionário vai trabalhar e a segunda avaliação pelo RH, junto com o gerente ou dono da empresa, onde além de testes psicológicos haveria também uma entrevista.
ROTATIVIDADE
Um comentário:
Discordo do item "Contratação errada do perfil de funcionário."
Como qualquer ser humano, pessoas possuem compromissos pessoais, assim como uma faculdade ao qual é um perfil interessante sim, ao que se entende uma pessoa que está buscando qualificação profissional através da sua formação. E pasmem, empresas que não gostam de pagar HE ao mesmo tempo que quer que seus funcionários fiquem após o expediente, é típico de empresa muquirana. 99,9% dos funcionários não gostam de trabalhar de graça, principalmente sabendo que o empresário lucra às custas da "camaradagem" de seu funcionário em ficar após o horário de serviço, muitas vezes sem reconhecimento por parte do contratante.
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